quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O ranking das escolas

Na semana passada, revelaram-se o ranking das escolas, tendo o Colégio Rainha Santa Isabel, de Coimbra ficado em quinto lugar. Como tem sido hábito, as escolas privadas têm assegurado boas classificações, queria desde já dar os parabéns a essas escolas.A melhor escola pública, que já todos a conhecem, voltou a ser a Escola Secundária Infanta D.Maria, que também felicito pelos seus resultados.

Isto leva-me a questionar o seguinte: Se as escolas privadas conseguem antingir boas classificações, porque é que as escolas públicas não conseguem chegar ao topo? Eis certamente uma das respostas: Os professores das escolas públicas não são incentivados, a atingir tal feito. E o causador disto tudo é o Ministério da Educação, do governo de José Socrates,que tem feito pouco, para não dizer que não tem feito quase nada, em prol deste assunto.

7 comentários:

  1. Uma resposta simplista e completamente falsa.

    Pontos a reflectir para explicar a diferença:

    a) A selecção de clientela nas escolas privadas o que significa que os alunos das mesmas pertencem predominantemente à classe média alta, com mais recursos económicos e acesso a bens culturais - o que se reflecte , desde logo na performance escolar dos alunosm desde o início da vida escolar
    ( De notar que em alguma escolas públicas é precisamente isso que se passa, o Dª Maria, é um excelente exemplo),

    b) Nestes contextos ( classe média alta em colégios privados) a formação dos alunos é muito feita em contexto extraescolar - ou seja, através de explicações intensivas e pagas a peso de ouro, que complementam o ensino privado e permitem a os alunos ter boas classificações em exames nacionais. Ou seja, não é o colégio privado que fornece um upgrade de qualidade - os professores-explicadores que permitem o salto qualitativo nos exames nacionais são, em regra, do ensino público...

    c) Quanto à classificação obtida ao longo do ano naturalmente que quem paga propinas principescas exige notas principescas e os professores do privado são intensivamente "pressionados" a satisfazer a clientela.Desse modo a média final sempre pode ser cirurgicamente inflaccionada através das notas magníficas em "àreas de projecto"; "educação física" and so on...
    Seria MUITO interessante fazer um estudo comparativo das notas de 20 a Educação Física nos colègio privados e nas escolas públicas... Quer-me parecer que no esnino privado se formam em massa campeões olímpicos, tal é a aptidão dos jovenzinhos para ter 20 a esta disciplina...

    E sim, concordo com o post - Os professores das escolas públicas não são incentivados, a atingir tal feito.

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  2. Henrique

    Parabéns pelo vosso blog que vou seguir com interesse. Sou mãe de 3 crianças que andaram/andam no Rainha Santa (agora só um no 1º ano) e muito me separa ideologicamente de vocês.

    Quando ia começar a escrever verifiquei que quase tudo foi dito no comentário anterior. O sucesso de uma escola depende numa grande parte (a maior parte?) da população que serve.

    Concordo também que a motivação que vejo nos Professores do Rainha Santa, e que será comum a outras escolas privadas com bons resultados, não tem paralelo erm muitos professores do Público. Mas não é de agora e tem pouco a ver com este governo. Aliás tenho-te a dizer que dei aulas no liceu há 15 anos e que hoje a maioria dos professores são muito mais empenhados do que eram na altura, havia muitos "baldas" há 15 anos.

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  3. É um dogma esse velha justificação que nas escolas privadas só entra a classe média alta e quejandos. No Rainha Santa entra de tudo. Isto porque a frequência de alguns anos e turmas não significa o pagamento de quaisquer valores, muito menos 'principescos'.
    Depois, as explicações aos alunos e outras minudências não resultam apenas porque há dinheiro para as pagar. Isso é o que menos importa. O relevante é a rede familiar que envolve o aluno, a dinâmica da escola, o incentivo dos professores. Experimentem 'vazar' uma montanha de euros em cima de um aluno. Ele fica mais esperto ou tem melhores notas por causa disso? Seguramente que não!
    Dizer que os professores são 'pressionados' a dar melhores notas é chamá-los de incompetentes. Mas quem faz o exame nacional é o aluno ou é o professor? Tenham dó!
    A razão de ser, que é de fundo, é simples: é um caldo de uma boa rede familiar, excelentes professores, empenhados e preocupados, alunos MOTIVADOS para ter boas notas e MUITO TRABALHO! Muito 'queimar de pestana'. O resto é conversa fiada, típica de quem acha que os resultados acontecem fruto da sorte ou do destino.
    E é verdade, sim, a Ministra de Educação que lá estava, competente e séria, foi corrida por Sócrates. Em vez dela colocaram a das aventuras. Sócrates, tal como aconteceu no Ministério da Saúde, prefere o sorriso fácil do que a decisão difícil. Por isso é q a educação em Portugal é algo de importante mas com um final todos desconhecem.

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  4. claro que no RS não entra quem quer, e não é uma questão de dinheiro. E concordo em absoluto com o comentário anterior, é sobretudo uma questão de motivação

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  5. Sinceramente nem sei por onde começar!
    Não sei o que me é mais pertubador: a forma como o nosso país começa, desde tenra idade, a formar consciencias destrutivas, sem um ponto de ética ou conhecimento; ou, pior ainda, o facto de a educação que os pais destas crianças permitirem esta moldagem defeituosa da mente.
    O que mais quero acreditar é que isto é tudo feito em pseudonimo, que não existe nenhuma criança com este grau de deformação mental. Como é possível permitir que difame entidades do mais alto nível sem haver uma punição? Espero que, caso se constate a identidade dos suposto autores do blog, meras crianças, que os respectivos pais tomem medidas no sentido de repensar a educação prestada. Não quero viver num Portugal, no futuro, governado por gente sem o mínimo de vontade de fazer melhor. Gostava que, estas mesmas crianças fossem capazes de escrever sobre algo que pudesse contribuir para o bem-estar, não para um mergulho mais profundo no caos em que já se vive.

    Duarte Amaral

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  6. Disclaimer: não sou pai de nenhum dos jovens autores deste blog, mas atesto a sua autoria. Estou aqui a convite de um deles.

    Escrevo este texto porque não consigo deixar de reagir a 2 comentários aqui colocados.

    1) Em resposta a DUARTE AMARAL:

    O seu comentário atinge um nível insólito de insulto, para o qual só encontro justificação num ressabiamento ainda maior.

    Os autores deste blog estão num patamar de desenvolvimento claramente acima da média para um aluno de 8º ano: a mera iniciativa de construção de um blog para expressão da sua cidadania provam-no.

    Mas aqui, só lamento o seu auto-nivelamento por baixo, ao não admitir que um aluno do 8º ano possa escrever com este nível de qualidade e abstracção. É precisamente este o problema do ensino em Portugal: a degradação do padrão de instrução, atingindo-se o ponto em que qualquer analfabeto pode ser estudante universitário (refiro-me obviamente às "Novas Oportunidades", aos concursos para "Maiores de 23" e aos inúmeros contigentes e subterfúgios que permitem graduar um analfabeto).

    Desta forma, só posso lamentar a sua mediocridade: a crença num ensino que na sua abragência não aumente, ou pelo menos mantenha, um padrão mínimo de qualidade.

    E gostaria de saber quem são as "entidades do mais alto nível".
    O Sócrates? Diplomado a um Domingo, com prova de exame final enviado por fax e falseando o CV declarado na A.R., é o exemplo acabado do ensino em Portugal.
    Nisso, o país escolheu o líder à sua imagem.


    2)Em resposta a BLUESMILE:

    A correlação entre o nível económico-social da família e o nível de instrução (de qualidade, mais concretamente) é uma verdade de La Palisse.
    O que interessa é "resgatar" aqueles que não tendo um nível economico-social médio-alto ou alto, possam ter a mesma instrução. E é neste ponto que a escola pública falha redondamente.

    E nem sempre foi assim: nas gerações anteriores, o nível de qualidade do ensino conseguiu tirar jovens alunos de origens humildes que, tendo por base uma instrução primária de qualidade, conseguiam prosseguir nos seus estudos superando as dificuldades e a "atracção" do mercado de trabalho, muitas vezes contra a vontade dos pais.
    Fizeram-se homens e mulheres intruídos, quadros válidos que ocuparam e ocupam lugares de destaque no país.
    Deverá ser este o ponto de reflexão, e não concentrar a justificação dos melhores resultados do sistema privado com o nível socio-enconómico dos seus alunos.

    Recordemos que os resultados são analisados com base em exames nacionais.

    E neste ponto, seria interessante um estudo estatístico sobre o impacto das explicações e estudos extra-escolares para perceber se a influência é decisiva ou não.
    Confesso que tenho sérias dúvidas sobre o seu impacto nos melhores resultados, mas estou certo que ajudam num nível de notas intermédio, especialmente na faixa marginal entre nota negativa e positiva.

    O terceiro ponto enunciado, cai por terra com os resultados dos exames nacionais. Pode ajudar na construção da média de acesso à universidade, mas notas inflaccionadas para "satisfazer a clientela" só prejudicam os alunos no quadro de uma aferição nacional.

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  7. Excelentíssimo Senhor Duarte Amaral subscrevo na integra a sua opinião ... De facto também gostava de acreditar que não existem crianças com esta deformação mental , agora, quem temos de culpar são os seus pais que os educam de uma maneira a não saber qual e o mundo real e criam um "submundo " psicológico de forma a que "eles" fiquem assim...
    Esperava sinceramente que começassem a escrever sugestões para o bem estar a nossa sociedade, porque realmente o Portugal ja esta a ficar deturpado suficientemente ...
    Agradecido, Flecha Torta

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